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Atlas dos Remanescentes de Vegetação em Goiás: inovação tecnológica a serviço da preservação ambiental

Com imagens de alta resolução e análise de ponta, o projeto mapeia biomas goianos para subsidiar políticas públicas e fomentar a conscientização ambiental

Texto: Caio Rabelo e Isadora Otto

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Professores que compõem o projeto e servidores da Semad GO

 

O Atlas dos Remanescentes de Vegetação do Estado de Goiás foi oficialmente lançado no dia 10 de dezembro, em evento realizado no auditório Mauro Borges, na sede do Governo de Goiás. A iniciativa, fruto da parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG), visa o monitoramento contínuo para preservação dos biomas do estado, com dados que irão subsidiar políticas públicas ambientais.

O evento reuniu autoridades, colaboradores e pesquisadores. A mesa diretiva contou com a Secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, representantes da UFG como o professor Wilson Flores e o diretor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), João Batista de Deus, além de figuras-chave como a professora Elaine Barbosa da Silva, coordenadora do projeto pelo Lapig, e o gerente de Geoprocessamento da Semad, Murilo Raphael Dias Cardoso.

O projeto, financiado integralmente pela Semad e administrado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape), utiliza imagens de satélite de alta resolução fornecidas pelo programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e Sentinel-2. Com um nível de detalhamento até 20 vezes maior que os mapas atualmente disponíveis, o mapeamento detalha fitofisionomias e biomas em regiões estratégicas como as bacias do Rio dos Bois e Meia Ponte, além de unidades de conservação. A análise combina tecnologia de ponta com validação de campo, garantindo precisão inédita nos dados levantados.

Seguindo essa abordagem inovadora, o ‘Atlas de Remanescentes’ será apresentado em seis etapas, cada uma cobrindo diferentes bacias hidrográficas do estado. A primeira entrega, entregue no dia do evento, abrange as bacias do Meia Ponte e dos Bois. As etapas seguintes, a serem realizadas em intervalos trimestrais, contemplarão as bacias do Médio Tocantins e Paranã, Alto Araguaia e Rio Vermelho, Paranaíba, Médio Araguaia e, finalmente, Almas, São Francisco e Corumbá.

Depoimentos que destacam o impacto

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Andréa Vulcanis, secretária de meio ambiente.

 

Durante a cerimônia, Andréa Vulcanis destacou: “Esse mapeamento é essencial para decisões mais seguras, tanto para autorizações de desmatamento quanto para proteção de espécies.” Ela também enfatizou a relevância do Atlas para fomentar as políticas públicas do Governo de Goiás no deferimento ou indeferimento de um pedido de supressão. “Esse grande acordo em cooperação com a Universidade Federal de Goiás surgiu para garantir mais segurança técnica nas autorizações de desmatamento, mas também na proteção de espécies que precisam ser preservadas”, complementa a secretária.

Elaine Barbosa, coordenadora do projeto pelo Lapig, celebrou: “Estamos já com a metodologia refinada da primeira bacia do Rio dos Bois, para seguirmos com os demais mapeamentos de outras bacias. Esse mapeamento trará um panorama mais detalhado do que os mapas já existentes.”

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Elaine Silva, coordenadora do projeto.

 

O gerente de Geoprocessamento da Semad e gestor do projeto, Murilo Raphael Dias Cardoso, destaca como os dados podem ajudar no trabalho diário da secretaria: “Essas informações vão ajudar a gente a acelerar e otimizar os processos de licenciamento, conhecer, monitorar e fiscalizar a vegetação nativa. Auxiliará em nosso projeto de 'Pagamento de Serviços Ambientais', o PSA, conhecendo as áreas estratégicas para preservação no estado.”

Impacto na educação e conservação

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Auditório Mauro Borges, no Palácio Pedro Ludovico Teixera.

 

O Atlas não apenas orienta políticas públicas, mas também será utilizado como ferramenta educacional, preparando professores e alunos para trabalharem a conscientização ambiental nas escolas. O professor João Batista de Deus, diretor do Iesa, reforçou que “o mapeamento servirá como base para a formação de professores, que depois irão trabalhar com os alunos em sala de aula no Ensino Fundamental e Médio.” Já o professor Wilson Flores, pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, destacou: “A parceria com a Universidade Federal de Goiás tem o papel efetivo de produzir pesquisas que tenham impacto social e sejam de relevância social.”

Sobre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

A Semad é um órgão do Governo de Goiás que tem como competência a elaboração e execução de políticas públicas estaduais no que se refere ao meio ambiente, proteção dos ecossistemas, dos recursos hídricos e minerais, da flora e fauna e exercício do poder de polícia sobre as atividades que causem impacto ambiental. 

Sobre o Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento

O Lapig é um laboratório do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG que atua desde 1994 em ensino, pesquisa e extensão. Desde sua criação, tem desempenhado um papel crucial na formação acadêmica, além de oferecer disciplinas em sensoriamento remoto, cartografia digital, e sistemas de informações geográficas. Nesses 30 anos, o Lapig se especializou no processamento e na análise de imagens de sensoriamento remoto de média e alta resolução espacial para monitoramento biofísico-ambiental e governança territorial, de forma a promover contribuição para formulação e acompanhamento de políticas públicas.

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Equipe Lapig responsável pelo Atlas.