Lapig: 30 anos de inovação e impacto
Conheça a trajetória, as sedes e os projetos que transformaram o laboratório em uma referência nacional
Texto: Isadora Andrada/Caio Rabelo
Desde sua fundação em 1994, o Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem desempenhado um papel importante na pesquisa, ensino e extensão relacionados às geotecnologias e sensoriamento remoto. Conheça os marcos da trajetória que tornaram o Lapig referência na área.
Museu Antropológico (Início de 1994)
A história do Lapig começou com o professor Laerte Ferreira, que iniciou sua carreira docente na Universidade Federal de Goiás (UFG) em maio de 1994. Ele ingressou como professor assistente no Instituto de Química e Geociências, vinculado ao Departamento de Geografia, com a missão de criar um laboratório de sensoriamento remoto. Esse objetivo foi alcançado com o apoio de outros professores, tanto no âmbito logístico quanto institucional. Em pouco mais de dois meses, o laboratório começou a funcionar em uma sala do Museu Antropológico da UFG, localizado no Câmpus Colemar Natal e Silva.
A implementação foi possível graças à parceria entre a UFG e a Empresa Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico-Social (Emcidec), que forneceu equipamentos e uma funcionária, a geógrafa Vanilda Aleixo, para atuar integralmente no projeto. Contudo, devido à defasagem dos equipamentos, a equipe conseguiu, em julho de 1994, negociar com a Engespaço, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a substituição de itens defeituosos e a atualização de sistemas, sem custos para a universidade. A parceria com o INPE também trouxe o compromisso de disseminar o uso de dados e tecnologias de sensoriamento remoto em Goiás, fortalecendo a capacidade técnica e científica do laboratório.
Instituto de Química e Geociências (1994 a 2007)
Com novos equipamentos, o Lapig expandiu suas operações para o prédio do Instituto de Química e Geociências (IQG), onde funcionava o Departamento de Geografia. Em 1995, o professor Laerte e sua equipe, com apoio da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), organizaram o primeiro curso de aperfeiçoamento em sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas, capacitando técnicos da CPRM e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse marco impulsionou o ensino, a pesquisa e a extensão em geotecnologias em Goiás.
Especificamente no campo do sensoriamento remoto, o Lapig buscou se firmar como uma das principais referências no Brasil quanto à utilização de dados satelitários de resolução espacial moderada aplicados ao monitoramento biofísico-ambiental e à governança territorial. Em maio de 2003, o Lapig organizou na UFG o workshop sobre o sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), o primeiro evento desse tipo realizado no Brasil. Durante três dias, o workshop contou com a presença de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do INPE, de técnicos do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e a participação do Dr. Alfredo Huete, renomado especialista na área.
“O workshop MODIS foi um marco para o Lapig e para o Brasil”, comenta o professor Laerte Ferreira. “Reunimos grandes nomes da pesquisa, como o Dr. Alfredo Huete, e conseguimos atrair a atenção de instituições de destaque, como a Embrapa, o INPE e o CENSIPAM. Esse evento abriu portas para parcerias que, em seguida, resultaram no desenvolvimento do Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos (SIAD) e permitiram a modernização de nosso laboratório.”
Como resultado desse evento, foi firmado um convênio entre a UFG e o CENSIPAM (2004 - 2006) para o desenvolvimento do SIAD. Os recursos provenientes deste convênio possibilitaram a renovação dos equipamentos do laboratório de sensoriamento remoto, o custeio de suas atividades e a concessão de um grande número de bolsas para alunos de graduação e pós-graduação, que mais tarde, sem exceção, seguiram para programas de mestrado e doutorado.
Prédio do Lapig (2008 aos dias atuais)
Em 2007, o Lapig conquistou sua sede própria, construída com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O espaço foi ampliado em 2013 e hoje conta com cerca de 800 m², onde são realizadas atividades de ensino e pesquisa. O prédio abriga docentes, grupos de pesquisa e a maior parte dos cursos de geomática oferecidos pela UFG, consolidando-se como um centro de excelência na área.
Os diversos projetos desenvolvidos pelo Lapig foram fundamentais para sua consolidação, pois não apenas criaram objetivos e referências para o laboratório, mas também viabilizaram recursos financeiros. Esses recursos permitiram a concessão de inúmeras bolsas para alunos de graduação e pós-graduação, além de investimentos em infraestrutura, como drones, GPS geodésicos e equipamentos computacionais robustos. Assim, o Lapig se tornou uma referência nacional nas áreas de sensoriamento remoto e geoprocessamento.
Atualmente, o Lapig é coordenado pela professora Elaine Silva, especialista em Geoprocessamento. Sua trajetória com o laboratório começou ainda durante a graduação. “O Lapig abriu os olhos das pessoas para o Cerrado, fornecendo dados precisos e confiáveis”, afirma Elaine, destacando o papel do laboratório na valorização do bioma predominante em Goiás. O laboratório já produziu inúmeros relatórios e plataformas de mapeamento e monitoramento do bioma Cerrado.
O Legado do Lapig
Com três décadas de atuação, o Lapig celebra uma história marcada por parcerias, inovação e impacto científico. Sua trajetória reflete o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o avanço das geotecnologias no Brasil, sempre com foco em dados de qualidade e na formação de profissionais capacitados.
Convidamos você a conhecer mais sobre nossos projetos e contribuir para as próximas décadas de conquistas!