Workshop Técnico-Científico Nacional cita Lapig dentre principais instituições que monitoram o Cerrado
Evento discutiu sobre o avanço no monitoramento da recuperação da vegetação nativa no Brasil
Texto: Isadora Otto
O Workshop Técnico-Científico Nacional, realizado no dia 24 de setembro na sede da World Wide Fund for Nature (WWF) em Brasília, reuniu especialistas para discutir os avanços no monitoramento da recuperação da vegetação nativa no Brasil. Representando o Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Lapig), um dos apoiadores da iniciativa, esteve presente a professora e doutoranda em Análise Ambiental, Ana Karolyna Nunes Amaral.
O objetivo do Workshop foi apresentar experiências relacionadas ao monitoramento das áreas em recuperação no Brasil, que são locais degradados por atividades humanas ou processos naturais e que estão sendo recuperados visando o restabelecimento de suas características ecológicas originais.. “O Brasil tem até 2030 como meta para restaurar 12 milhões de hectares de áreas degradadas. Várias instituições se reuniram para tornar emergente a necessidade de monitorar áreas de vegetação nativa e em restauração”, afirma a doutoranda Ana Karolyna.
O evento também apresentou um panorama da Meta 2 do Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal (MGB-KM), que estabelece o compromisso de restaurar, até 2030, pelo menos 30% das áreas degradadas de ecossistemas terrestres, aquáticos interiores, costeiros e marinhos. O objetivo é melhorar a biodiversidade, as funções e os serviços dos ecossistemas, além de garantir a integridade ecológica e a conectividade entre os habitats.
Adicionalmente, o encontro discutiu metodologias para o monitoramento da recuperação da vegetação nativa no Brasil, no contexto da revisão do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG), alinhado à Meta 2 do MGB-KM e ao compromisso nacional de restaurar 12 milhões de hectares até 2030. O monitoramento e a recuperação dessas áreas se baseiam na definição de parâmetros que identificam as áreas de vegetação secundária aptas à contabilização nas metas, além da priorização de áreas que necessitam de insumos para restauração.
No que tange aos mecanismos de coleta e fluxo de dados para o monitoramento dessas áreas, o Lapig foi citado entre as instituições que trabalham com técnicas de mapeamento e monitoramento de vegetação. Um dos exemplos é a Araticum, desenvolvida pelo laboratório e parceiros para apresentar o status das ações de restauração no Cerrado. O Observatório integra esse e outros bancos de dados, com a participação de várias instituições brasileiras, cada uma representando um bioma específico. Isso permite a fiscalização da vegetação dos biomas em diferentes escalas de observação, ajustadas conforme o satélite utilizado, proporcionando uma análise mais precisa e adaptada às particularidades de cada bioma.
Sobre a Rede Araticum
A iniciativa Araticum, lançada em 2020, tem como objetivo promover a restauração de 2 milhões de hectares do bioma Cerrado até 2030. A rede já registra diversas áreas em processo de restauração neste bioma.
Um diferencial da iniciativa é a inclusão de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares no ciclo de restauração, integrando essas populações no processo e gerando renda e empregos. Dessa forma, a iniciativa não apenas contribui para a recuperação ambiental, mas também ajuda a reduzir as desigualdades econômicas e sociais no Cerrado.
A plataforma da Araticum também colabora com o Observatório, fornecendo dados sobre as vegetações do Cerrado. Essas informações são integradas ao banco de dados, facilitando o monitoramento e análise dos biomas brasileiros.
Acesse o link para conhecer a plataforma coordenada pelo Lapig : Rede Araticum