Pesquisador do Lapig mapeia enchentes no Rio Grande do Sul
Vinícius Mesquita produziu mapa dos alagamentos no RS pela plataforma gratuita Google Earth Engine (GEE)
Isaac Mendes
No último sábado (11/05), o pesquisador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), Vinicius Mesquita, produziu imagens geradas mediante o uso de sensoriamento remoto para identificar cheias no Rio Grande do Sul (RS). A ação é fundamental a curto prazo para entender a extensão atual dos danos e identificar fluxos de água. Já a longo prazo, pode ajudar o planejamento urbano preventivo da região. No instagram do Lapig, Vinícius comentou a respeito.
Mapeamento/Identificação
O trabalho consistiu basicamente em identificar e mapear as áreas que ainda estavam alagadas no dia 06/05 - data que marca o auge das cheias (de até 5,29m de altura). Para o processamento de dados fora utilizada a plataforma Earth Engine, da Google. As imagens foram oferecidas pela Agência Espacial Europeia (ESA), dispostas na própria plataforma. Nesta pasta, pode-se encontrar o trabalho completo do pesquisador.
O Papel do sensoriamento
Segundo Angel Dominguez, pesquisador e meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Sensoriamento Remoto tem papel importante na identificação de áreas com anomalias de temperatura. Exemplo disso, são as anomalias observadas na temperatura superficial do mar, tanto no Pacífico Sul, como no Índico (ambas relacionadas aos eventos que acontecem no RS). Graças às técnicas de ST é possível predizer como essa anomalia impacta as características da região em questão. Para prevenir eventos climáticos, são usados satélites meteorológicos e radiômetros no espaço para identificar água, nuvens e trocas convectivas (tempestades). Na terra o exercício é parecido e de menor escala, feito por meio de Radares Meteorológicos.
"No caso do Sul, a previsão foi feita corretamente, teve o alerta que se faz da precisão do tempo, [...] o que está faltando é uma retroalimentação entre quem faz a previsão e o monitoramento, e quem toma a decisão. Falta comunicação" - Enfatiza Angel.
Além da prevenção, os satélites de sensoriamento mapeiam e monitoram as áreas afetadas pelo alto, assim possibilitam trabalhos como aquele do Vinícius Mesquita, pesquisador do Lapig. Ou ainda, drones pilotados remotamente têm auxiliado identificação e resgate de pessoas no Rio Grande do Sul.