Cerimônia de entrega de comenda à Ministra Marina Silva na Alego é acompanhada pela coordenação do Lapig
Elaine Silva foi ao púlpito e enfatizou o trabalho do laboratório na geração de dados para o Cerrado
Por Caio Rabelo
Fonte: Agência Assembleia de Notícias
Imagens: Will Rosa
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) reuniu autoridades, deputados estaduais e membros da sociedade civil em uma sessão solene marcada pela entrega da Comenda Washington Novaes à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Proposta pelo deputado Antônio Gomide (PT), a cerimônia foi presidida pelo presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), e contou com a presença da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) de Goiás, Andréa Vulcanis.
Marina Silva, reconhecida internacionalmente por seu ativismo ambiental, recebeu a Comenda Jornalista Washington Novaes em reconhecimento a sua dedicação à causa ambiental e à preservação do meio ambiente. Ao discursar durante a cerimônia, a ministra abordou a importância vital do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil.
A ministra também enfatizou que a luta pela sustentabilidade não deve ser restrita a questões políticas partidárias, mas sim abraçada por todos os segmentos da sociedade. "Esse é um momento em que ninguém vai conseguir fazer as coisas sozinho, e posso dizer que no Ministério do Meio Ambiente a gente trabalha exatamente desse jeito", enfatizou.
Durante a solenidade, a professora Elaine Silva, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento de Goiás (Lapig), da Universidade Federal de Goiás (UFG), também fez uma apresentação no púlpito. Elaine trouxe à tona a preocupante situação ambiental enfrentada pelo Cerrado.
"Estou aqui em nome da Universidade Federal de Goiás e do Lapig para colocar à disposição dessa Casa e da senhora ministra tudo aquilo que temos feito em prol do nosso Cerrado". Ela ressaltou que o monitoramento do bioma foi iniciado em 2000 e desde então, constatou-se um crescente avanço do desmatamento em solo goiano.
"Nos anos de 1990, tínhamos mais de 65% da área total preservada. No último mapeamento vemos que essas áreas não chegam a 50%. Já tínhamos poucos remanescentes e agora essas áreas seguem com uma fragmentação ainda maior", alertou a professora, enfatizando a aceleração do processo de degradação ambiental.
Elaine Silva ainda ressaltou que estudos realizados pela equipe técnica apontam que o desmatamento tende a se concentrar cada vez mais na região Norte do Estado, incluindo áreas que anteriormente eram consideradas protegidas, como a Chapada dos Veadeiros. Nos últimos 20 anos, Goiás perdeu mais de 47 mil km² de cobertura vegetal, um índice alarmante para um estado situado no coração do bioma.
Concluindo seu discurso, a professora Elaine Silva enfatizou que a união do conhecimento científico e tecnológico é essencial para enfrentar o desafio do desmatamento ilegal e promover a preservação do Cerrado. A sua fala reforçou a necessidade urgente de colaboração entre governos, instituições acadêmicas e a sociedade como um todo para garantir a sobrevivência desse bioma único e sua importância para a biodiversidade e a estabilidade climática.