trabalho de campo MT

Lapig realiza trabalho de campo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Com veículos aéreos não tripulados, pesquisa de mestrado avalia áreas queimadas do Cerrado

Por Leoncio Silva (Lapig)

No final do mês de agosto, o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), da Universidade Federal de Goiás (UFG), representado pelo professor Manuel Ferreira e o mestrando João Vitor Silva Costa, realizaram um intenso trabalho de campo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT).

As atividades realizadas pelos pesquisadores do Pro-Vant (Programa de Pesquisa e Capacitação com Veículos Aéreos Não Tripulados) tinham como objetivo a captação de imagens aéreas de parcelas do cerrado elencadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como prescritas para a realização do manejo integrado do fogo.

Segundo o professor Manuel Ferreira, essa prática consiste em queimar algumas porções do cerrado, previamente definidas, com um fogo rápido e controlado, para que se crie barreiras naturais contra as grandes queimadas. Dessa forma, há a diminuição do material seco acumulado, especialmente folhas que ficam no chão, deixando o solo um pouco mais exposto. Logo, quando as áreas previamente queimadas são atingidas, o fogo não consegue seguir em frente.

A pesquisa do João Vitor, portanto, tem como objetivo sobrevoar essas áreas que foram submetidas às queimadas e ao manejo integrado do fogo, com a finalidade de produzir uma análise sobre o impacto ou a severidade desse fogo no ambiente.

“Faremos um mapeamento e a análise de dados gerados desse mapeamento. Assim, poderá ser avaliado algumas métricas da paisagem, como a altura das árvores, quantificar as áreas que foram mais atingidas pelo fogo, avaliar a presença de rebrotas, já que essas áreas foram queimadas nos meses de maio e junho. Por isso, esse sobrevoo avalia também a velocidade que o Cerrado rebrotou nesses dois, três meses após a queimada”, esclarece o professor e orientador Manuel Ferreira.

Esse trabalho vem sendo realizado em colaboração com o professor Gustavo Nunes, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), docente de Engenharia Florestal, coordenador do LabSensor, o qual atua nessa pesquisa como coorientador.

De acordo com João Vitor, ainda serão realizados sobrevoos semelhantes em outras áreas de Cerrado, como no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e no Refúgio de Vida Silvestre Veredas do Oeste Baiano.

“Além do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, vamos fazer mais alguns voos na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e no Refúgio de Vida Silvestre Veredas dos Oeste Baiano. Essas regiões são frequentemente afetadas por incêndios florestais e estão em estágios diferentes em relação à queima prescrita”, declara o mestrando.

O professor Manuel Ferreira relata que para esse trabalho foram usados drones com câmera multiespectral, propícios na aplicação de índices de vegetação, assim como na reconstrução da paisagem em ambiente digital 3D. Desse modo, a pesquisa poderá avaliar algumas métricas florestais e também aquelas relacionadas à ecologia daquele ecossistema.

“Foi um trabalho de campo bem-sucedido, conseguimos sobrevoar três áreas, uma mais próxima da sede do parque e outras duas mais afastadas, e agora vamos para análise do impacto no cerrado típico”, conclui o professor.

 

Trabalho de campo na chapada

(Foto: Divulgação/ Lapig)

 

trabalho de campo mt

(Foto: Divulgação/ Lapig)